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 Coréias

do Sul e do Norte.

conflitos entre coreia do sul e do norte



A declaração dada pela Coreia do Norte, em 29 de março de 2013, de reforço do estado de guerra com a Coreia do Sul, deixou o mundo em alerta sobre uma possível escalada militar na península coreana. Isto devido às ameaças de ataque nucleares a territórios dos EUA feitas pelo presidente norte-coreano Kim Jong-un, além de ataques ao vizinho do Sul.

A guerra foi suspensa em 27 de julho de 1953, após a morte de Stálin, que possibilitou uma reaproximação da URSS com os EUA. O armistício de Pan Munjon suspendeu a guerra, mas não colocou fim a ela, sendo que em 2013 ainda está declarada.

Após a suspensão do conflito, os rumos tomados pelos países foram divergentes. A Coreia do Norte foi governada pela “dinastia Kim”. Kim Il-sung governou de 1945 até 1994, quando foi sucedido por seu filho, Kim Jong-il. Este, por sua vez, morreu em 2011 e foi sucedido por Kim Jong-un, seu filho. A aproximação com a URSS garantiu à Coreia do Norte ser suprida de suas necessidades econômicas e militares pela potência soviética. Porém, com o fim da URSS em 1991 e do auxílio prestado, sua economia entrou em franco declínio, aprofundado pelo fato do país não estabelecer laços comerciais e diplomáticos com quase nenhum país além da China e Rússia. Os enormes gastos em armamentos aprofundam os problemas econômicos, levando a população a viver em péssimas condições de vida e, em muitos casos, em situação de fome.

A Coreia do Sul desde a suspensão da Guerra da Coreia viveu governada por uma sucessão de governos ditatoriais e corruptos, marcados por diversos golpes militares e a utilização da oposição ao vizinho do Norte como forma de manter o poder. No final da década de 1990, o país conheceu uma maior estabilidade política. No aspecto econômico, a Coreia do Sul foi auxiliada pelos países do capitalismo ocidental, principalmente os EUA, que realizaram vultosos investimentos na economia do país, proporcionando um profundo desenvolvimento econômico e social, sendo um dos principais “tigres asiáticos”.

A diferença entre a economia e a sociedade dos dois países reflete também o colapso da Guerra Fria, com o capitalismo da esfera estadunidense se mostrando mais eficiente que o capitalismo da esfera soviética.


Porta-aviões dos EUA durante a Guerra da Coreia (1950-1953). O conflito foi um dos marcos da Guerra Fria.*

As relações entre as duas Coreias durante a década de 2000 foram contraditoriamente marcadas pela aproximação econômica, de um lado, e pelo acirramento militar de outro.

Mas o maior receio está ligado à escalada das ações bélicas. Em 12 de fevereiro de 2013, a Coreia do Norte anunciou ter realizado com sucesso um terceiro teste nuclear no campo de Punggye-ri, situado na região nordeste do país. Os dois primeiros testes ocorreram em 2006 e 2009. Em 12 de dezembro de 2012, o governo norte-coreano havia realizado um teste com um foguete espacial, considerado por especialistas como um míssil balístico de longo alcance. Frente a isso, a ONU promulgou novas sanções ao país do Norte, em 7 de março de 2013. A nova sanção acarretará uma piora das condições sociais da população norte-coreana e servirá como argumento para os discursos belicosos de ambos os lados. Desde então o governo norte-coreano tem ameaçado diariamente atacar os EUA e a Coreia do Sul. Por outro lado, os dois países realizam constantes manobras militares no mar e em terra, na região próxima à fronteira entre os dois países.

A ameaça do governo norte-coreano, feita em 02 de abril, de reativar o reator nuclear de Yonbyon tem piorado a situação. Utilizando tecnologia soviética para a produção de energia nuclear e com capacidade de 5 megawatts, o reator foi utilizado para produzir armamento atômico. Em 2007, a torre de resfriamento foi destruída, mesmo estando à época já obsoleta. A ameaça de agora estabelece a reconstrução da torre de resfriamento como início de reativação do reator de Yonbyon. O reator é capaz de enriquecer plutônio, mas há interesse em reativar uma usina de enriquecimento de urânio com o discurso de resolver os graves problemas energéticos do país e também intensificar sua produção bélica nuclear.

Frente a essas ameaças, o governo dos EUA enviou à região do Pacífico dois grandes navios de guerra, os destróieres USS John McCain e USS Decatur, com o intuito de se mostrar pronto para um eventual ataque à Coreia do Norte, como para evitar que mísseis lançados pelos norte-coreanos cheguem a territórios dos EUA, já que equipamentos antimísseis também serão instalados na ilha de Guam.

A própria Coreia do Sul vem, há algum tempo, realizando testes com mísseis de longo alcance, que poderiam atingir o vizinho do Norte.

.Toda essa situação mostra que o conflito coreano ainda está vivo e que pode ter desdobramentos . 

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